O Álbum em Branco está para ficar pronto, ou melhor, sempre esteve, afinal, é em branco, e quem lê-lo (coisa que, acredito, não acontecerá a ninguém) poderá constatar a justiça de seu nome. Parece vazio... E abandonado, como esta cidade em que, vazio, me encontro, e onde não me podes encontrar, se acaso aqui vieres, pois ela estará vazia.
buscando nos teus olhos
qualquer sinal dos meus.
Penso que de ti sairia uma horrível criatura,
de uma horrenda vida,
para um mundo que, pasmem,
mais horripilante então ficaria.
Eu me sento na tarde
para picar a vida, como se fizesse salada,
ou fumasse um cigarro,
então vem a hora, lenta e sufocante,
e delirante e calma,
e na alma o diamante da poesia,
como uma mão, e não a palma...
Ainda mando pro inverno
todos vocês
que me causaram algum sentimentalismo,
ou sugaram qualquer litro de meu sangue.
Essa cidade não tem nada.
Essa cidade só tem eu. Eu e os velhos.
Algumas crianças. Essa cidade está só.
E não tem nada.
Diorgi Giacomolli, 24 de Maio de 2010. *