domingo, 23 de outubro de 2011

Eu havia prometido ao Krüger um poema que envolvesse o xadrez, e não me vinha a inspiração mas de jeeeeito nenhum. Iniciei um soneto, mas a rima era muito malvada, atrapalhou criação. Tenho até hoje o rascunho daquilo que seria um poema erudito no conteúdo e na forma... Mas não passou de um rascunho. Estes dias então, me deitei pra dormir, com o celular na mão, que é onde mantenho um bloco de notas para poesia, e estava a fim de falar sobre o que anda acontecendo comigo, especialmente agora que fiz uma mudança pra lá de braba na minha vida, mas também pra lá de melhor, e eis: enxerguei o tabuleiro à minha volta, as peças começaram a se mover, a batalha se deu verídica, e eu vi que...



Ando pulando feito um cavalo nesse xadrez de vida.

Com a impressão que salto por cima dos outros a cada movimento meu,
nunca estou na frente, nunca alcanço promoção.

E nem que eu fosse o peão.

Chego lá no final e não sou coroado,
e alguém do meu lado diz que não era o final,
e eu, o peão,
não tenho mais como seguir em frente, nem como voltar...

Nessa hora nem um cavalo,
como o que eu também sou,
pode me ajudar...

Vou ao chão, a pedir perdão,
como um rei derrubado,
e esse tabuleiro de mundo me vem sempre com um maldito bispo
pra quem eu tenho que me humilhar,
eu,
que bispo incontáveis vezes sou eu próprio,
me atravessando em diagonal enquanto todos andam certo.

Às vezes eu queria ser rei apenas para rocar
e dormir,
deixar um pouco de existir,
protegido atrás da torre,
esta que tantas vezes eu sou também,
andando reto enquanto todos parecem ser bispo.

Mas de que me adianta ser rei?

Se ao meu lado terei a rainha,
esta que sempre vai mais longe do que todos,
e quando não se perde não volta...

Ser rei significa ser o único que pode sofrer o xeque-mate.


Diorgi Giacomolli, Outubro de 2011.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Quando disseram, "Não precisa pensar que o mundo conspira contra", eu pensei:


"Eu sei.

Mas ele conspira contra. Ele contra-conspira, te inspira pra baixo, e tu te desencontra.

Ele te encontra na hora feliz e distraída,
vem contra na pior hora.
Ele conspira contra, respira contra, expira contra.
Ele te pira.

Eu,
fico contrariado.

Deus pode até não existir,
mas o Diabo me ama."


Diorgi Giacomolli, Outubro de 2011.

Tenho postado poemas no site de relacionamentos Facebook, pois, ao que parece, ultimamente surgiu uma vontade maior de ser lido. O blog é legal, mas é mais recluso, e um site como o Face é mais dinâmico, as pessoas lêem você quase que instantaneamente, e aí vai um poema "feliz", destes que dificilmente faço, e que postei lá antes.


Prenda linda dos negros cabelos
Ousadia seria querer tê-los
Porém, quero, e quero negar
Que quero teus cabelos e teu olhar

Linda morena na noite escura
Pintura de face, corpo em escultura
Desejo esse que me tortura tanto
Fico tonto de olhar todo esse encanto

Venha comigo até a noite infinita
E negra como a lua bonita
Venha, e além eu hei de te levar
Lé terei teus cabelos e teu olhar

O desejo cresce como a luz do dia
Que cresceria até o sol já sabia
Quero agora o que é inegável:
Teu rosto tão lindo e teu corpo incomparável


Diorgi Giacomolli, Outubro de 2011.