Mas ele ainda vive, em algum lugar entre as paragens dessas metrópoles, megalópoles, ou Aristóteles. (?!)
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Etcéteras Reveberantes
vago mundos por mundos vagos e insípidos,
como a nau sobre vagas de sonhos,
fico a me despir de toda lei inabdicável,
e tenho um muxoxo para cada centímetro
de vida terceira e desperdiçada...
as coisas todas me sobram, e à imagem da solidão,
vinda de um ombro escorado na poltrona ao lado,
tenho arrepios que dóem em meu vizinho...
Precisa-se obstaculizar imaginações,
ver-se na outra parte, dividir-se,
então tem-se toda a circunstância em mãos.
eu, que venho de largo, não sei de eu,
apenas esbanjo causticantes melodias
em forma de poesia egoísta e escorregadia,
sou o mau humor do sol por ser estrela...
esbarro nas praias sem pedir desculpas,
sinto o gélido toque das águas,
mas sou mais cadáver do que as marés,
morrendo justamente por estar morto,
e vivo é que sinto todas estas lamúrias...
para trás, satã! agora tudo fica pior,
melhor eu ir na frente, proteja-se como puder...
deus, me diga, sem que mentira se faça,
o destino diz pra eu lutar contra os fatos,
mas o que há além dessa praça?
Diorgi Giacomolli, 20 de Agosto de 2009.
onde ninguém se fingia de surdo,
uma vez que não tinha ninguém,
duas vezes fui lá por não ter alguém, e outra vez,
por estar vazio de qualquer pessoa do teu jaez
fui com tchaicovsky pela estrada,
de violino a tiracolo,
sem ninguém pesando em meu colo,
fui até aquele lugar sem palavras,
que estas cada vez me recuso mais a usar
em qualquer outro lugar,
que não seja no papel,
pois que nada mais presta na boca
a não ser o seu céu.
fui de mãos vazias ate lá com tchaikovsky,
pois quem levava o violoncelo era ele,
eu era o poeta que voltava,
vindo del cielo pela terra em serenata,
fazia sol, fazia um pouco mais que nada
do que uma solidão quase arrastada...
por isso fui de mãos dadas com tchaikovsky,
pois ele não falava,
e as palavras não eram usadas,
elas apenas me usavam para
nada que possa entender alguém de tua versão,
fui longe esta tarde, para um longinquo e calado verão...
vocês nunca verão...
com suas bocas mordidas,
suas apreciações por telas escondidas,
vocês não hão de ver
o lugar que esta tarde fui encher
de sons mudos, mudos de palavras absurdas...
e eu vi esta tarde com tchaikovsky...
vocês ficaram aqui com seus ternos,
eu fui com ele de chinelo e bermuda
Diorgi Giacomolli, Novembro de 2011.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
estes pontos cheios de magia,
pelos quais pago santos preços,
mas que valem todas as luxúrias do dia...
Persigo inícios como os fenícios queriam o mar,
como o ar quer a gravidade.
A gravidade disso tudo há de se agravar
ainda mais quando eu notar
que ainda estás aqui gravada...
Contudo,
saímos da sala e deixamos a tv ligada,
em um ato de ir ao banheiro e não mais voltar,
fizemos isso pela imundície da já insaciável ânsia de mijar,
e agora, aqui, mijados e sem bexiga que reste,
sentimos a infecção urinária se espalhando,
e voltamos à sala para nos contorcermos no sofá.
A dor passa,
a gente se abraça,
desliga a tv...
Só eu e você,
o silêncio que tem que ser,
sem importar o amanhecer...
Diorgi Giacomolli, Novembro de 2011.
domingo, 23 de outubro de 2011
Com a impressão que salto por cima dos outros a cada movimento meu,
nunca estou na frente, nunca alcanço promoção.
E nem que eu fosse o peão.
Chego lá no final e não sou coroado,
e alguém do meu lado diz que não era o final,
e eu, o peão,
não tenho mais como seguir em frente, nem como voltar...
Nessa hora nem um cavalo,
como o que eu também sou,
pode me ajudar...
Vou ao chão, a pedir perdão,
como um rei derrubado,
e esse tabuleiro de mundo me vem sempre com um maldito bispo
pra quem eu tenho que me humilhar,
eu,
que bispo incontáveis vezes sou eu próprio,
me atravessando em diagonal enquanto todos andam certo.
Às vezes eu queria ser rei apenas para rocar
e dormir,
deixar um pouco de existir,
protegido atrás da torre,
esta que tantas vezes eu sou também,
andando reto enquanto todos parecem ser bispo.
Mas de que me adianta ser rei?
Se ao meu lado terei a rainha,
esta que sempre vai mais longe do que todos,
e quando não se perde não volta...
Ser rei significa ser o único que pode sofrer o xeque-mate.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Mas ele conspira contra. Ele contra-conspira, te inspira pra baixo, e tu te desencontra.
Ele te encontra na hora feliz e distraída,
vem contra na pior hora.
Ele conspira contra, respira contra, expira contra.
Ele te pira.
Eu,
fico contrariado.
Deus pode até não existir,
mas o Diabo me ama."
Tenho postado poemas no site de relacionamentos Facebook, pois, ao que parece, ultimamente surgiu uma vontade maior de ser lido. O blog é legal, mas é mais recluso, e um site como o Face é mais dinâmico, as pessoas lêem você quase que instantaneamente, e aí vai um poema "feliz", destes que dificilmente faço, e que postei lá antes.
Prenda linda dos negros cabelos
Ousadia seria querer tê-los
Porém, quero, e quero negar
Que quero teus cabelos e teu olhar
Linda morena na noite escura
Pintura de face, corpo em escultura
Desejo esse que me tortura tanto
Fico tonto de olhar todo esse encanto
Venha comigo até a noite infinita
E negra como a lua bonita
Venha, e além eu hei de te levar
Lé terei teus cabelos e teu olhar
O desejo cresce como a luz do dia
Que cresceria até o sol já sabia
Quero agora o que é inegável:
Teu rosto tão lindo e teu corpo incomparável
Diorgi Giacomolli, Outubro de 2011.