fui esta tarde com tchaicovsky até um lugar mudo
onde ninguém se fingia de surdo,
uma vez que não tinha ninguém,
duas vezes fui lá por não ter alguém, e outra vez,
por estar vazio de qualquer pessoa do teu jaez
fui com tchaicovsky pela estrada,
de violino a tiracolo,
sem ninguém pesando em meu colo,
fui até aquele lugar sem palavras,
que estas cada vez me recuso mais a usar
em qualquer outro lugar,
que não seja no papel,
pois que nada mais presta na boca
a não ser o seu céu.
fui de mãos vazias ate lá com tchaikovsky,
pois quem levava o violoncelo era ele,
eu era o poeta que voltava,
vindo del cielo pela terra em serenata,
fazia sol, fazia um pouco mais que nada
do que uma solidão quase arrastada...
por isso fui de mãos dadas com tchaikovsky,
pois ele não falava,
e as palavras não eram usadas,
elas apenas me usavam para
nada que possa entender alguém de tua versão,
fui longe esta tarde, para um longinquo e calado verão...
vocês nunca verão...
com suas bocas mordidas,
suas apreciações por telas escondidas,
vocês não hão de ver
o lugar que esta tarde fui encher
de sons mudos, mudos de palavras absurdas...
e eu vi esta tarde com tchaikovsky...
vocês ficaram aqui com seus ternos,
eu fui com ele de chinelo e bermuda
Diorgi Giacomolli, Novembro de 2011.
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