Hoje.
Dias em que não suporto um sorriso.
Me agrada ver um mendigo vomitando e comendo de volta,
ou qualquer coisa que me anoje.
Ontem.
Roubaram-me a poesia,
fugiram com minha raiva e alegria,
mas estes ladrões não somem.
Amanhã.
Passo como se não passasse,
e que braço nenhum me abrace:
corpo em vão, mente vã.
Se o cego quer ajuda,
troco de calçada.
Também preciso atravessar algo,
mas ninguém me dá a mão pra nada.
Não tenho inveja, broto de arruda,
ou qualquer emoção desregrada.
Não planejo amor, não planto flor,
tampouco rego as já plantadas.
Semana que vem.
Que não venha, pois eu não vou também.
Passear é bom, mas é sozinho que gosto do trem.
Não sei mais te sentir,
e tu não fazeres sentido faz-me bem.
Semana passada.
Ou muito me engano,
ou interfonastes calada.
Ou eu estava sonhando,
ou tu estavas enganada.
Seja qual fosse o plano,
era a porta da pessoa errada.
Esta semana.
Vivo meu egoísmo com uma volúpia samaritana.
Se tem mais gente com fome,
eu escondo o cacho de banana.
Se tu chamares meu nome,
eu te direi que tu te engana.
Diorgi Giacomolli, Março de 2012.
Mas ele ainda vive, em algum lugar entre as paragens dessas metrópoles, megalópoles, ou Aristóteles. (?!)
terça-feira, 13 de março de 2012
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Esse poema já foi postado no Facebook [http://www.facebook.com/profile.php?id=100000956174941] mês passado, e como tenho corrido mais que as pernas, não arranjei tempo para passá-lo para cá antes. OK, eu confesso que também não me havia lembrado. Esta pequena obra - "dramática demais", alguns diriam - foi concebida à beira de Puerto Madero, em Buenos Aires, no dia em que minha viagem acabava e eu estava a poucas horas de embarcar de volta pra casa. Em meio a letras caindo em um bloco de notas do celular e alguma água que não sei de que olhos saíam, eis:
É das catástrofes de mim que tiro todos de dentro,
os deixo, corro selvagem, fujo e nunca me afasto,
é dos trovões de mim que não posso evitar a briga,
é da pressa que agora invento a insônia...
É de um amanhecer no exterior que extraio
a minha falta de paz interior,
depois de passar pelas bebedeiras
que largam o silêncio para trás,
vejo que não tinha propósito mesmo,
e tudo o que quero é voltar e mais voltar,
e dizer que gosto mesmo de ser eu, do normal,
e que também preciso de amor,
ah, um amor, sim, eu também sou normal
e quero me acalmar...
Agora vem esse choro tão forte,
tão sem jeito, mas não tenho vergonha,
é exterior, eu nem estou completamente destruído,
e nem é tão tarde pra que eu já tenha perdido
tudo o que eu mais queria...
Eu me atrevi, então abusei, arrisquei tudo,
depois, em cima das pedras,
que os rostos todos eram dessinceros,
e eu só queria tirar o melhor,
fugindo um pouco do que é tão costumeiro,
mas eis que agora tudo me vem,
e era tudo mentira, sim,
eu também tenho sono, amigos,
mas não quer dizer,... nunca quer dizer...
É das barbáries de mim que me escondo,
saio rumo afora catando memórias adentro,
fazendo com os outros o que o livro faz
com quem os está lendo,
mas é dos cárceres de mim que me arrependo,
é por eles que me arrebento e afloro o mau humor...
É dos encarcerados em mim que quero me ver livre.
É dos escassos amores em mim que quero me livrar,
é o escarcéu abandonado de meu céu desamado
que preciso acabar...
Eu também sou jovem, estou desabado e preciso re-amar...
Diorgi Giacomolli, Janeiro de 2012.
É das catástrofes de mim que tiro todos de dentro,
os deixo, corro selvagem, fujo e nunca me afasto,
é dos trovões de mim que não posso evitar a briga,
é da pressa que agora invento a insônia...
É de um amanhecer no exterior que extraio
a minha falta de paz interior,
depois de passar pelas bebedeiras
que largam o silêncio para trás,
vejo que não tinha propósito mesmo,
e tudo o que quero é voltar e mais voltar,
e dizer que gosto mesmo de ser eu, do normal,
e que também preciso de amor,
ah, um amor, sim, eu também sou normal
e quero me acalmar...
Agora vem esse choro tão forte,
tão sem jeito, mas não tenho vergonha,
é exterior, eu nem estou completamente destruído,
e nem é tão tarde pra que eu já tenha perdido
tudo o que eu mais queria...
Eu me atrevi, então abusei, arrisquei tudo,
depois, em cima das pedras,
que os rostos todos eram dessinceros,
e eu só queria tirar o melhor,
fugindo um pouco do que é tão costumeiro,
mas eis que agora tudo me vem,
e era tudo mentira, sim,
eu também tenho sono, amigos,
mas não quer dizer,... nunca quer dizer...
É das barbáries de mim que me escondo,
saio rumo afora catando memórias adentro,
fazendo com os outros o que o livro faz
com quem os está lendo,
mas é dos cárceres de mim que me arrependo,
é por eles que me arrebento e afloro o mau humor...
É dos encarcerados em mim que quero me ver livre.
É dos escassos amores em mim que quero me livrar,
é o escarcéu abandonado de meu céu desamado
que preciso acabar...
Eu também sou jovem, estou desabado e preciso re-amar...
Diorgi Giacomolli, Janeiro de 2012.
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