D or G - That is The Question é o título do livro, ou talvez um empréstimo sarcástico de Shakespeare, ou, ainda, algo que represente uma possível crise de identidade enfrentada na época. Provavelmente as três coisas, com certeza absoluta na primeira - pois de fato é o título do livro do qual vem este poema, que tem o nome que qualquer um de meus poemas poderia ter, conforme o pobre leitor - não, não colocaremos assim, pois não tenho conhecimento do interior de seu bolso -, então fica assim: (...) conforme o enfadado leitor deste blog poderá conferir [presumindo-se que vá ler todo o enfadonho conteúdo]. Ao honrado visitante deste pequeno espaço - pequeno porém imensurável, visto que é cibernético - que procura por escritos de auto-ajuda, sugiro que não me peça sugestão.
A mãe sem pai, o filho às cegas,
O cara da TV não me vê,
Não quer saber do que vai acontecer,
E não vai se importar
Com a notícia que acaba de dar;
Eu também, que não tenho nada pra dizer,
Venho aqui querer criticar (?!).
Meu pai, teu filho,
Eis o que há, eis o que será:
Somos figurinhas repetidas
No álbum das folhas apodrecidas
De um mundo que com sorte acabará.
Não sei mais de versos,
Gastei-os todos
Nos agostos, nos retrocessos
Da minha juventude, que não pude
Ter só pra mim.
E, se quer saber, já cansei
De tudo o que escrevi: e o que escreverei,
Podes saber, não será pra ti.
E nós aqui, subprodutos do futuro,
Sabemos que o passado não importa,
A não ser pra História e seus estudiosos,
Comunistas, sempre com as caras enfiadas na porta,
Querendo um mundo igual pra toda essa gente diferente!
Um duende verde sentou na mesa oposta
E me revelou, em tom de resposta,
Que só o que sobrou
De tudo o que se gerou nesse mundo corcunda
É a segunda, que o domingo já acabou.
E a cerveja, que não acabava nunca,
Não era a mesma, era já outra, funda,
De tanto que era o meu pensamento,
Ora, a cerveja nada tem a ver com a semana,
Que pertence ao tempo, essa insana,
Que a cerveja é como a segunda, que restou
De um domingo de amor que se findou.
Me sinto agora
Como que caminhando no Largo da Cruz,
Embora esteja tão longe,
E a pergunta - Why have you forsaken me? -
Surge de mais longe ainda.
Não sei se largo a cruz, ou se rimo
Com lago da luz,
Mas a rima não é o que importa agora,
E nem você, a quem dirijo tal pergunta -
Por que você me abandonou? -
Deixa pra lá, que a resposta também não importa mais.
Diorgi Giacomolli, 13 de Outubro de 2008. *
Concordo que de certa forma o blues seja angustiante...
ResponderExcluirMas o blues é angustiante e ao mesmo tempo libertador!!!
O blue foi a forma de expressão encontrados pelos negros para falarem de suas angústias!!!
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