ou seria porco?
ou seria pouco
dizer que estamos todos loucos?
recém era ontem,
agora já é hoje
não sei como as pessoas lêem tanto
e não esquecem
não sei como os repórteres não enlouquecem
recém era ontem
eu lia o jornal
agora já é hoje
eu estou aqui tentando entender
as coisas do mundo real
vou pro quarto, me encerro
e, de tanto que viajo em minha mente,
quase me desterro
como posso ter tanto na cabeça
e não entender o que é "testa-de-ferro"?
falaram que o porco ficou doente,
e que ele espirra e pega na gente...
será que já estou no sanatório?
não, não pode...
e, por mais que eu rode,
não entendo o que é "bode expiatório"!
me diz, como que alguém como eu,
nesse mundo plebeu,
se arranja?
me chamaram de "laranja",
e eu fui pra casa, em assobio,
mas estava enganado,
descobri que estava sendo usado,
mas não entendi o uso da palavra,
me pareceu ilógico,
ora, sou mesmo um retórico
casulo sem larva...
então o bode começa a espirrar,
ué, mas não é o porco mais?
ah, deixa, tanto faz,
o negócio é não esquentar
o que é um resfriado
no país tropical, do carnaval e do feriado?
o que é sanidade no país do senado?
o que é decepção
nesse mundo indecente e ladrão?
o que é o meu mundo, senão um vulto
nesse planeta tão perfeito e adulto,
senão um rato em rota de colisão?
e de quê me vale ser irônico,
se sou lento para esse mundo supersônico...
vou sentar e esperar o verão.
Diorgi Giacomolli, 10 de Julho de 2009.
Eu que sou repórter, posso te dizer, afirmar e ainda me contradizar nas vontades, medos e utopias: enlouqueço, lastimo, detesto e amo. Essas histórias de vida me confundem na ficcionalidade da própria realidade. Amo na verdade sobrevivente, lastimo na superficialidade do cotidiano, temo a obscenidade do interesse, sonho em suspiros com a transformação.
ResponderExcluirDá gosto te ler, e alívio em compartilhar!
Tuas poesias estão cada vez melhores. Como pude um dia, faz tempo, não ter entendido o que dizias?
ResponderExcluirMother
hard sun my babe!
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